No mundo industrial, onde fluem líquidos, gases e vapores sob alta pressão e temperatura, cada componente precisa funcionar com precisão. As válvulas, nesse contexto, são peças-chave para controlar, direcionar ou interromper o fluxo de fluidos. No entanto, muitos problemas operacionais nascem de um ponto simples, porém crítico: a escolha errada da válvula.
Abaixo, destacamos os 5 erros mais comuns na escolha de válvulas industriais, seus impactos nos processos e como evitá-los.
1. Ignorar as condições reais do processo
Um dos erros mais frequentes é especificar uma válvula sem considerar completamente as condições de operação. Pressão, temperatura, tipo de fluido (líquido, gás, corrosivo, abrasivo) e frequência de uso são fatores que impactam diretamente a performance da válvula.
Por que isso é um problema?
Quando a válvula não é compatível com essas condições, ela sofre desgaste acelerado, falhas de vedação, corrosão ou até mesmo rompimentos.
Como evitar: Sempre faça um levantamento detalhado das condições reais do processo antes da compra. Consulte fornecedores especializados e utilize fichas técnicas como base.
2. Escolher o tipo de válvula inadequado
Cada tipo de válvula tem uma função específica. Enquanto a válvula gaveta é ideal para abrir ou fechar completamente o fluxo, a válvula globo oferece maior controle de vazão. A válvula esfera é excelente para acionamentos rápidos, mas não é a melhor opção para modulação contínua.
Por que isso é um problema?
O uso de uma válvula fora da sua função ideal compromete o desempenho do sistema, aumenta o consumo energético e pode causar danos ao equipamento.
Como evitar: Entenda claramente a função da válvula no processo (bloqueio, controle de vazão, retenção etc.) e escolha o tipo certo para cada aplicação.
3. Desconsiderar o material adequado
A composição do corpo, do obturador e das vedações precisa ser compatível com o fluido e as condições operacionais. Um erro comum é utilizar válvulas de ferro fundido para fluidos corrosivos ou ambientes agressivos, quando o aço inox ou ligas especiais seriam mais indicados.
Por que isso é um problema?
O material inadequado leva à corrosão, vazamentos e falhas estruturais em pouco tempo de uso.
Como evitar: Avalie o pH, temperatura e propriedades químicas do fluido. Em caso de dúvida, opte por materiais mais resistentes ou consulte o fornecedor técnico.
4. Negligenciar normas e certificações
Normas como API, ANSI, ASME e ISO garantem que a válvula foi testada e está apta para condições específicas de operação. Ignorar essas normas pode colocar todo o sistema em risco.
Por que isso é um problema?
A válvula pode não atender aos requisitos de segurança, resultar em multas ou interdições em auditorias e aumentar o risco de falhas operacionais.
Como evitar: Verifique sempre se o produto possui as certificações exigidas para o seu segmento. Para setores como óleo e gás, alimentício ou químico, o cumprimento das normas é obrigatório.
5. Pensar só no preço e não no custo-benefício
Buscar o menor preço pode parecer uma economia no curto prazo, mas frequentemente leva à compra de válvulas com baixa durabilidade, sem suporte técnico ou peças de reposição.
Por que isso é um problema?
O ciclo de vida do produto é encurtado, há maior frequência de manutenções e, em muitos casos, interrupções inesperadas na produção — o que custa muito mais.
Como evitar: Avalie a válvula com base em qualidade, durabilidade, assistência técnica e compatibilidade com o sistema. Investir na peça certa evita gastos desnecessários no futuro.
A escolha correta começa com informação
Escolher a válvula certa para o seu sistema industrial exige conhecimento técnico e uma análise cuidadosa de diversos fatores. Cada aplicação possui exigências específicas, e qualquer erro nessa escolha pode gerar impactos significativos na eficiência operacional, na segurança da planta e no tempo de parada dos equipamentos.
Para evitar esses problemas, é fundamental adotar uma abordagem preventiva, que inclua um levantamento técnico completo da aplicação, a consulta a fornecedores especializados, a avaliação criteriosa de normas, materiais e tipos de atuação, além de uma análise do custo-benefício pensando no desempenho a longo prazo.
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